sábado, 13 de agosto de 2011

Fragmento do Poema de Jorge de Lima citado na novela: ''O Astro''


Como criador de peças teatrais e fã da dramaturgia eu gosto de acompanhar algumas tramas da nossa televisão e é claro fazer minhas observações, pensar como eu faria ou como o próprio autor poderia ter feito, enfim, eu viajo legal não só na ficção do texto exposto mas também nas fantasias que eu mesmo crio. Uma das novelas que eu tenho tempo para acompanhar é a novela das 23hs da Globo: O Astro, que por mais que o texto me deixe a desejar eu acho que trás um pouco da essência do que era a novela brasileira há alguns anos o que é muito bom, pois sinto falta do formato antigo das telenovelas, enfim acompanhando o capitulo desta quinta-feira 11 de agosto de 2011 fiquei muito feliz ao ouvir o personagem Herculano Quintanilha interpretado pelo ator Rodrigo Lombardi, citar um fragmento do texto ''Invenção de Orfeu'' de Jorge de Lima. Na cena Herculano (Rodrigo Lombardi) e Amanda (Carolina Ferraz) vivem um momento romantico no barco, quando ele fala pra ela: ''Há sempre um copo de mar para um homem navegar'' Amanda pergunta de quem é e Herculano responde dizendo que é de Jorge de Lima.

Aproveitando a deixa vamos conhecer um pouquinho da história de Jorge de Lima.


Jorge de Lima nasceu em 1893 em União, Alagoas, perto da Serra da Barriga, onde Zumbi fundou seu famoso quilombo. Aos dez anos, passou a escrever para um jornal de seu colégio, onde publicou os poemas que fazia desde os sete anos.

Jorge de Lima estudou medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. Ainda estudante, publicou seu primeiro livro, "XIV Alexandrinos". Exerceu as funções de médico e ocupou diversos cargos públicos no estado de Alagoas.

Nos anos 1920 publicou vários livros de poemas, entre os quais "O Mundo do Menino Impossível" e "Essa Negra Fulô", que é o título de seu poema mais conhecido. Em 1930 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou na Universidade do Brasil e na Universidade do Distrito Federal. Em 1935 foi eleito vereador, ocupando depois a presidência da Câmara dos Vereadores.

Em 1935, Jorge de Lima converteu-se ao catolicismo e muitos de seus poemas passaram a refletir sua religiosidade. Publicou nesta época várias obras, entre elas "Tempo e Eternidade", "Invenção de Orfeu" e "Livro de Sonetos". Recebeu em 1940 o Grande Prêmio de Poesia, concedido pela Academia Brasileira de Letras.

Certa vez, sendo entrevistado para um jornal, em 1952, Jorge de Lima se definiu com singeleza: "Tenho um metro e 68 de altura, 59 quilos e meio e uso óculos. Sou meio careca e meio surdo. Sou católico praticante e meu santo é São Jorge. Visto sempre cinza e acordo às quatro da manhã, com os galos e a aurora. (...) Minha leitura predileta é poesia.(...) Sou casado, tenho dois filhos e quatro netos. Gosto de pintar, esculpir e compor."

Os versos de Jorge de Lima figuram entre os mais importantes do modernismo brasileiro. O autor publicou também romances, ensaios e peças de teatro. Tendo tido formação autodidata em artes plásticas, publicou também o álbum de fotomontagens "A Pintura em Pânico", com prefácio do poeta Murilo Mendes.

Carlos Eduardo Oliveira  @Duduol

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