Uma homenagem aos verdadeiros artistas circenses espalhados pelo Brasil. É assim que o ator alagoano Erom Cordeiro, que faz parte do elenco de “O Palhaço”, avalia o longa-metragem dirigido e protagonizado por Selton Mello. Em Alagoas para participar do lançamento, que ocorreu às 19 horas desta segunda-feira (31), no Centro Cultural Sesi Pajuçara, o ator revela que o filme conduz o telespectador à lembrança dos tradicionais ‘circos mambembes’.
“O que Selton Mello fez com esse filme foi uma homenagem a essa categoria que está marginalizada, em meio às grandes produções, como o Circo de Soleil”, citou. “São verdadeiros artistas de beira de estrada que persistem, apesar de todas as eventualidades, em uma arte legítima e genuína que deve ser valorizada”, defendeu o ator.
“O Palhaço”, cuja trama envolve a vida do artista Benjamin, vivenciado por Selton Mello, não só deve matar a curiosidade dos que sempre quiseram saber o que acontece ‘por trás do espetáculo’, como também deve expor todo o universo psicológico de um palhaço Pangaré que não sabe exatamente de onde extrair a alegria que tanto contagia o público.
Em torno dessa abordagem psicológica, está a trupe e o seu cotidiano. Entre eles, o personagem de Erom, Robson Felix, um trapezista que ‘pinta o cabelo de loiro e diz ser russo para virar artista internacional’. “Quando Selton Mello nos reuniu, duas semanas antes das gravações, ele trabalhou com cada ator inserindo muito especificamente a vida do personagem, de modo a formar o perfil dessa trupe. Ao fim das gravações, acreditávamos mesmo ser uma trupe circense”, contou.
As filmagens ocorreram durante um período de 45 dias, distribuídos em um mês na cidade de Paulina (SP) e mais duas semanas no interior de Minas Gerais. “Ainda assim, o filme é localizado em uma região específica e nem mesmo em um tempo específico. Ele pode tratar de uma história dos anos 50 ou mesmo atual”, acrescentou.
Em seu quarto longa-metragem, após Sexo com Amor, Vingança e o internacional Universalove, e com outros dois que devem estrear em 2012, O Heleno e Paraísos Artificiais, Erom Cordeiro afirma que, embora esteja imergindo atualmente dentro do Cinema, não possui nenhuma preferência sobre o campus em que atua.
“O que mais fiz na vida foi teatro. Neste momento quero fazer mais cinema, mas não há um veículo que eu goste mais do que outro. O que importa é que haja bons personagens e uma boa história”, acrescenta. Cordeiro tem ainda em seu currículo mais de 30 espetáculos teatrais, e quatro telenovelas.
Ator defende valorização de filmes brasileiros
Defensor intenso do cinema verde e amarelo, o ator Erom Cordeiro aproveita a oportunidade para convidar aos cinéfilos a conferir a safra de filmes brasileiros. “É preciso que seja desperto o interesse em assistir. Há coisas boas e diferentes, vindas de diversas formas e gêneros, desde os mais comerciais aos mais conceituais”, reforça.
Para Cordeiro, já está havendo uma redução no receio a filmes da raiz, mas ainda há muito a ser modificado. “Vejo que os filmes brasileiros muitas vezes são preteridos por produções internacionais e, por outro lado, há toda uma questão de distribuição do filme. Em ‘O Palhaço’ tivemos 260 cópias no Brasil, o que foi um número ótimo.
Entretanto, vemos que antigamente havia três vezes mais salas de cinema do que hoje, além disso, os preços dos ingressos contam muito”, critica. “Creio que deveria haver uma política de valorização e mais boa vontade para que esses filmes fossem mais acessíveis”.
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